Para apressar manobra fiscal de Dilma congressistas trabalharão na segunda
Vigora no Congresso, como se sabe, uma jornada especial de trabalho. Os parlamentares dão expediente apenas de terça a quinta. Mas a Comissão de Orçamento está na bica de oferecer ao país uma cena incomum: os deputados e senadores que integram o colegiado estão sendo convocados para trabalhar em plena segunda-feira. Deve-se o inusitado à pressa do Planalto em aprovar o projeto que transforma rombo em superávit fiscal, dando cobertura legal para que Dilma Rousseff feche as contas de 2014 no vermelho. Algo que não acontece no país desde 1998.
Majoritário na comissão, o bloco governista tentará contornar o vexame da última quarta-feira, aprovando a proposta de Dilma na noite desta segunda. O abacaxi será repassado, então, para o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prometeu entregar a mercadoria para Dilma, já descascada e devidamente aprovada em plenário, até quarta-feira.
Antes, Renan terá de levar a voto 38 vetos presidenciais pendentes de apreciação. Trama fazê-lo em ritmo sumário, na noite de terça, no mais tardar quarta. Ao farejar a movimentação de Renan, a oposição decidiu preparar-se para resistir. "Queremos votar individualmente os vetos, debatendo um a um, como manda a Constituição", diz o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM.
Dependendo do rito a ser adotado por Renan, os antagonistas de Dilma não excluem a hipótese de recorrer ao STF. No mais, a presidente gostaria que o Congresso não mexesse nos seus vetos. Mas forma-se no Legislativo um movimento pela ressurreição da lei que fixou regras para a criação de novos municípios, integralmente vetada por Dilma.
Supremo paradoxo: Dilma vetara a proposta sob o argumento de que, junto com as novas cidades, viriam muitas despesas. Agora, para avalizar a irresponsabilidade fiscal da União, os congressistas devem atravessar na traqueia da presidente o restabelecimento da lei que ela pretendia sepultar.
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