Procuradoria afirma que não repassará informações sob sigiloso para Dilma
Dilma Rousseff não obterá do Ministério Público Federal, como deseja, subsídios para nortear a escolha dos seus futuros ministros. Num encontro de final de ano com jornalistas, a presidente disse nesta segunda-feira (22) que pretende ouvir o procurador-geral da República Rodrigo Janot sobre os candidatos à Esplanada. "Qualquer pessoa que for indicar, vou consultar", explicou. "Vou perguntar o seguinte: há alguma coisa contra fulano que me impeça de nomeá-lo?"
O blog ouviu a Procuradoria. Em manifestação oficial, o gabinete do procurador-geral informou que ainda não recebeu nenhuma consulta de Dilma. Mas, de antemão, esclareceu dois pontos: 1) a lei proíbe os membros do Ministério Público de prestarem consultoria; 2) Rodrigo Janot não compartilhará informações contidas em processos que correm sob segredo judicial.
Janot já havia indeferido em setembro pedido de Dilma para ter acesso aos depoimentos prestados sigilosamente pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fechou com o Ministério Público um acordo de delação premiada. Dedurou políticos. A requisição de Dilma foi formalizada pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
Em ofício a Cardozo, Janot explicou que a lei que regula a delação obriga que os depoimentos permaneçam em sigilo até que a Justiça converta os processos em ações penais. No caso da Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras, a decisão sobre o envio dos agentes políticos ao banco dos réus cabe ao STF. O relator da encrenca é o ministro Teori Zavascki.
Na semana passada, Janot informou que só em fevereiro, depois do término do recesso do Judiciário, irá encaminhar ao Supremo os pedidos de diligências ou eventuais denúncias contra os políticos pilhados recebendo propinas na Petrobras. Dilma diz que escolherá seus minsitros até o próximo dia 29.
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