Terrorismo transforma conceito de emergência
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A maior tragédia provocada pelo terrorismo contemporâneo é o aviltamento do conceito de emergência. O perigo momentâneo, que exigia cuidados esporádicos, tornou-se permanente. O terror pode explodir em qualquer lugar —numa maratona em Boston ou numa redação de Paris —, a qualquer hora, por qualquer motivo.
A França deu uma resposta grandiosa à penúltima erupção do fenômeno: foram às ruas das principais cidades francesas 3,7 milhões de pessoas. Uma evidência de que há disposição para enfrentar a maluquice fundamentalista. A questão é: como responder à ditadura da imprevisibilidade sem aviltar direitos individuais?
Em 18 de fevereiro, a Casa Branca sediará uma cúpula global de segurança. Vão à mesa planos para combater o "extremismo violento no mundo". A sensação de vulnerabilidade e a psicose com o que ainda pode acontecer são bons pretextos para responder ao extremismo com mais extremismo.
O terrorista, como se sabe, é um mocinho escalado por seus autocritérios para matar o tumor e se casar com o câncer. A reação a esse tipo de maluco exige um grau inédito de sensatez. De saída, é preciso entender que o radical islâmico não se confunde com o islã. De resto, é preciso olhar ao redor. Hoje, o terrorista tem cidadania americana ou europeia. Segregar é fácil. Difícil mesmo é integrar.
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