Num eventual 2º turno, PSDB votará em Cunha
Dirigentes do PSDB avaliam que a confirmação do apoio do tucanato à candidatura de Júlio Delgado (PSB) elevou a chance de a disputa pela presidência da Câmara ser empurrada para um segundo turno. Que deve ser travado entre Eduardo Cunha (PMDB) e Arlindo Chinaglia (PT). Nessa hipótese, os tucanos descarregarão os votos de sua bancada de 54 deputados federais no cesto de Cunha.
Nas palavras de um pragmático do ninho, o voto do segundo round é definido "mais pela rejeição do que pela aprovação." E o PSDB não convive bem com a ideia de ver o petismo novamente no comando da Câmara. Em encontro com Aécio Neves, nesta sexta-feira (30), parte da bancada tucana defendeu a adesão a Cunha já no primeiro turno.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) argumentou que o apoio imediato a Cunha deixaria o PSDB mais bem-posto na distribuição de cadeiras na Mesa diretora da Câmara e nas comissões temáticas. Presidente da legenda, Aécio argumentou que o abandono de Delgado seria um erro político. Foi ecoado pelo senador Cássio Cunha Lima (PB) e pelo deputado Antonio Imbassahy (BA).
A certa altura, Cunha Lima, que deve ser o novo líder do PSDB no Senado, afirmou que o apoio ao candidato do PMDB em troca de poltronas seria visto como "fisiológico". O termo deixou abespinhado o deputado Silvio Torres (SP), aliado incondicional do governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin e simpatizante de Eduardo Cunha. Aécio ponderou que é "estratégica" a aliança com o PSB, partido que o apoiou no segundo turno da disputa presidencial. Mencionou, de resto, o assédio do governo Dilma para atrair o PSB de volta ao condomínio governista.
Após reunir-se com os deputados, Aécio almoçou com senadores tucanos. Durante o repasto, ficou entendido que, no Senado, o PSDB votará no peemedebista Luiz Henrique, não em Renan Calheiros. Algo que será reafirmado em encontro marcado para neste sábado (31). Sob refletores, Aécio referiu-se ao rival de Renan como candidato "competitivo". À sombra, porém, os tucanos reconhecem que Renan ainda é o favorito. Na última sucessão interna, o PSDB comprometera-se em votar no então senador Pedro Taques (PDT-MT). Renan prevaleceu por 56 votos contra 18. Dos 12 senadores tucanos, seis traíram o desafiante Taques, votando em Renan.
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