Ministro atribui má avaliação à agenda complexa
O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) divulgou uma nota com comentários sobre a queda na popularidade de Dilma Rousseff. No texto, atribuiu o fenômeno à "agenda complexa" que a presidente teve de tourear depois da "eleição muito polarizada" que disputou com o antagonista tucano Aécio Neves.
Segundo o Datafolha, a taxa de aprovação de Dilma despencou de 42% para 23% desde dezembro. Rossetto incluiu na agenda o aumento da conta de luz e da gasolina. Anotou que tais "ajustes" foram "necessários para continuar programas sociais". Acrescentou: "sempre falamos durante a campanha sobre equilíbrio fiscal e controle da inflação."
Em verdade, Dilma dizia nos debates eleitorais que as contas do governo e a inflação estavam sob controle. E acusava seus adversários de tramar impatrióticos ajustes. Hoje, informa o Datafolha, seis de cada dez brasileiros avaliam que Dilma mentiu durante a campanha.
O ministro mencionou também a corrupção. Anotou que as denúncias "ocupam grande parte da agenda política e não há ainda julgamento e punição, o que cria um evidente descontentamento na população." Reiterou o compromisso de Dilma "com o combate à corrupção". E repisou a tecla segundo a qual a presidente enviará ao Congresso, como prometera na campanha, projetos "para combater os malfeitos e a impunidade."
Nesse trecho de sua nota, Rossetto repete argumentos que, embora utilizados à exaustão pela própria Dilma, parecem já não surtir efeito. De acordo com o Datafolha, a maioria dos brasileiros acha que a presidente da República sabia da corrupção na Petrobras (77%) e permitiu que os roubos continuassem (52%). Metade dos entrevistados enxerga a presidente como falsa (54%), indecisa (50%) e até desonesta (47%).
Conforme já comentado aqui, Dilma tem um mandato pela frente para estancar a hemorragia que drena o seu prestígio. Mas terá de admitir que a sangria decorre dos seus próprios equívocos. Do contrário, talvez não seja levada a sério.
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