Melhor ‘troco’ para Itália seria devolver Pizzolato
Deu-se o inesperado. A Corte de Cassação da Itália deferiu o pedido de extradição de Henrique Pizzolato. Por unanimidade, os cinco magistrados que integram o tribunal anularam a vitória que o mensaleiro ítalo-brasileiro obtivera na primeira instância, em novembro. Eles deram crédito às garantias oferecidas pelo Estado brasileiro de que a vida de Pizzolato não corre risco numa cela do presídio brasilense da Papuda.
Vencida a batalha judicial, passa-se agora à fase política. A palavra final sobre a extradição cabe ao Ministério da Justiça italiano —o mesmo que guerreou sem sucesso para que o Brasil devolvesse à Itália o prisioneiro Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por envolvimento em quatro assassinatos praticados na década de 70.
Os trâmites são muito parecidos. No episódio envolvendo Battisti, o STF também havia deferido o pedido de extradição. Mas Lula, a quem o tribunal atribuíra a última palavra, preferiu dar de ombros. Concedeu a Battisti o status de refugiado político, retendo-o no Brasil.
A advogada Emmanuelle Fragasso, que integra a defesa de Pizzolato, chegou a evocar a encrenca que deixou abespinhado o governo da Itália. "O caso do Battisti mostrou que não existe reciprocidade [possível com o Brasil]", disse, em reforço à tese de que o Brasil, além de não assegurar a integridade física do seu cliente, não merece receber Pizzolato.
Não são negligenciáveis as chances de Pizzolato, dono de cidadania italiana, ser premiado com uma decisão favorável nesta fase administrativa do processo. A Procuradoria da República já esboça os planos A e B.
Deve-se levar em conta, porém, que as autoridades italianas ainda trazem Lula e o petismo atravessados na traqueia. Talvez concluam que segurar Pizzolato na Itália talvez não seja o melhor "troco". Nums instante em que a bancada da Papuda já se encontra em regime de prisão dominicilar, nada constrangeria mais os protetores de Battisti do que o envio de Pizzolato a Brasília, para puxar sua cana de 12 anos e 7 meses a poucos quilômetros do Palácio do Planalto.
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