Ministro pede reação contra ataque à Petrobras
O ministro Carlos Gabas (Previdência) esteve no Dieese, em São Paulo, para debater os efeitos das propostas do governo que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários como o seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte. Amigo de Dilma, Gabas sentiu-se à vontade para sair em defesa da Petrobras. O ministro chegou mesmo a conclamar os movimentos sindicais a responder ao que chamou de "ataque organizado de várias frentes contra a atividade da Petrobras".
Gabas tem razão. A Petrobras encontra-se mesmo sob ataque. Mas o apelo do ministro chega com atraso. O ataque foi "organizado" sob Lula, que permitiu a invasão de "várias frentes" —a frente do PT, a frente do PMDB, a frente do PP…— nas diretorias da maior estatal brasileira. A agressão à "atividade da Petrobras" continuou sob Dilma, que demorou um ano para afastar da estatal os prepostos dos salteadores.
O ministro falou também sobre o trabalho do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato. Pronunciou algo muito parecido com uma defesa das empreteiras que distribuíram propinas a funcionários públicos, políticos e partidos.
"Nossa convicção é a seguinte: se tem fraude, crime, tem que ser apurado e todos os responsáveis punidos", disse Gabas. "Mas não se pode fechar empresas, pois estaríamos matando a nossa engenharia, a nossa capacidade de produção que são patrimônio nacional."
O ministro lamentou que a Lava Jato provoque uma série de demissões nas empresas que tinham negócios com a Petrobras. "O Ministério Público quer que as empresas não possam mais funcionar no Brasil. Isso, faz com que empresas estrangeiras tenham que assumir o que as nacionais estavam fazendo. O trabalhador brasileiro não pode pagar essa conta…"
De novo, Gabas tem razão. Quem roubou, de fato, merece punição. Morte de empresas e perda de empregos são coisas péssimas. Porém, se olhar ao redor, o auxiliar de Dilma vai perceber que os procuradores da Lava Jata parecem empenhados em impedir que as empresas continuem roubando nos contratos firmados com o Estado. Empresas honestas não foram incomodadas.
Além dos trabalhadores, também os contribuintes não podem pagar essa conta. Se frequentasse escolas e hospitais públicos, o ministro talvez refinasse seus pontos de vista. Perceberia que o dinheiro assaltado faz muita falta.
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