Para evitar derrota, Dilma negocia tabela do IR
Presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros marcou para as 11h desta quarta-feira (11) a sessão destinada à análise dos vetos presidenciais. Entre eles o veto que reajustou em 6,5% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. A disposição dos congressistas é a de impor nova derrota a Dilma Rousseff nessa matéria. Submetida ao risco, a presidente dobrou os joelhos. Nesta segunda-feira, ela autorizou a abertura de negociações.
Busca-se um meio-termo entre os 6,5% que o Congresso quer ressuscitar e os 4,5% que Dilma admite conceder. Quanto maior for o índice de correção da tabela, maior o quantidade de contribuintes isentos do pagamento de imposto. Na conta do governo, o índice de 6,5% reduziria a coleta do fisco em R$ 7 bilhões. Até aqui, Dilma batia o pé. Agora, ela admite negociar um reajuste escalonado da tabela.
O percentual de reajuste diminuiria na proporção direta da renda do contribuinte. Para os mais abonados, o índice de 4,5% defendido por Dilma. Para os menos aquinhoados, algo entre 5,5% e 6%. A idéia do escalonamento nasceu no Congresso. Foi submetida ao Planalto no mês passado. Mas só agora a presidente se dispôs a negociar.
O martelo foi batido em reunião de Dilma com os ministros petistas que integram seu conselho político. Dessa vez, a presidente teve a preocupação de convidar o vice-presidente Michel Temer, que vinha sendo ignorado. O próprio Temer informou sobre a disposição de Dilma ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, recebido por ele no gabinete da vice-presidência.
À tarde, Dilma concedeu audiência aos líderes dos partidos governistas no Senado. Acompanhada dos ministos Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Pepe Vargas (Relações Institucionais), ela própria incumbiu-se de repassar a novidade aos senadores. Resta agora detalhar a proposta e aferir a reação da Câmara e do Senado.
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