‘É rudimentar’, diz Aécio sobre o ajuste de Dilma
Aécio Neves pronunciou em Lima, no Peru, duras críticas ao ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff. Disse que a parte já desembrulhada do pacote é "absolutamente rudimentar". Ele esmiuçou seu raciocínio: "É rudimentar porque se limita ao aumento de tributos. E o Brasil já tem uma escorchante carga tributária de mais de 35% do PIB."
As palavras de Aécio soaram num seminário internacional sobre América Latina —coisa organizada pela Fundação Internacional da Liberdade, entidade presidida pelo escritor peruano Mário Vargas Lhosa. O ex-oponente de Dilma falou como presidente do PSDB. Ele fez uma ginástica retórica para preservar o ministro Joaquim Levy (Fazenda), seu eleitor, ex-colaborador de sua campanha.
"Joaquim Levy certamente é um homem que comunga de algumas das nossas ideias", reconheceu Aécio. "É um técnico extremamente competente, mas está longe de ter a autonomia necessária para fazer a reforma estruturante que o Brasil precisa."
Para Aécio, Dilma tenta fazer crer que há dois governos em Brasília. "Um de Joaquim Levy, do qual ela se distancia, porque são ideias que ela combateu ao longo de toda a sua militância política. E o governo da presidente Dilma."
A dubiedade, acrescentou Aécio, leva à falta de credibilidade. "Não há confiança dos investidores, do mercado, da classe política de que essas medidas permitirão uma retomada do crescimento a curto e médio prazos. Falta convicção de setores do governo e do próprio partido da presidente em relação à correção e aos efeitos dessas medidas."
Aécio atribuiu a falta de apoio ao ajuste à ausência de um mea-culpa. "Enquanto não houver um reconhecimento claro dos equívocos que cometeu ao longo de todo este período, é muito difícil que a presidente consiga, seja na classe política, seja na sociedade, o apoio necessário à aprovação dessas medidas."
Aécio recordou o discurso que Dilma levou ao ar faz duas semanas, em rede nacional de radio e tevê: ela disse que "a culpa de toda esta crise econômica é da crise internacional e da seca a que foram submetidas algumas regiões do país. Em nenhum momento há um reconhecimento de que o governo do PT colocou por terra pelo menos 10 anos de conquistas sólidas na economia."
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