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Josias de Souza

Rui Falcão: aéticos não ficam no PT! Hã, hã...

Josias de Souza

25/04/2015 05h38

Discursando num congresso do PT de São Paulo, Rui Falcão, o presidente do partido, declarou o seguinte na noite passada: "Quem erra no caminho ético não pode continuar em nossas fileiras, essa é uma regra que os outros [partidos] não aplicam." Abrem-se diante desta declaração três possibilidades:

1. Expulsão em massa: o PT talvez esteja planejando uma faxina nos seus quadros. Suspeitos como o tesoureiro João Vaccari Neto terão de colocar de molho as barbas. Condenados como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares não passam de expulsões esperando para acontecer.

2. Bolsa palhaço: é possível que o companheiro Falcão cogite sugerir ao governo Dilma o lançamento do Bolsa Palhaço, um grande programa de requalificação profissional, destinado a atenuar o desemprego. Prevê a distribuição gratuita de um kit-palhaço contendo narizes vermelhos, colarinhos folgados e sapatos gigantescos.

3. Revolução da língua: Ou os brasileiros estão diantes de uma das duas alternativas anteriores ou o Brasil ficou desobrigado de fazer sentido. Depois que o presidente do PT diz que os aéticos não podem continuar no partido e mantém nas fileiras da legenda a bancada da Papuda, implantou-se no país a revolução do vale-tudo semântico.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.