CUT pede a Dilma que desista do ajuste fiscal
Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, véspera do início da votação do ajuste fiscal, a CUT defendeu "a retirada imediata das Medidas Provisórias 664 e 665". Nelas, estão contidas as providências concebidas pelo governo para tentar reequilibrar as contas públicas.
Subscrita pelo petista Vagner Freitas, presidente da CUT, a nota acusa Dilma de ter baixado as MPs do ajuste "sem qualquer consulta ou discussão prévia com a representação sindical dos trabalhadores e trabalhadoras."
O pacote fiscal do governo dificulta o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. O governo alegou que age para "corrigir distorções e fraudes" não para suprimir direitos trabalhistas.
A CUT contesta: "as MPs reduzem direitos referentes ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS-Pasep), auxílio-doença, pensões, seguro-defeso, auxílio-reclusão."
A central sindical acrescenta: "Tais medidas vão na direção contrária da estruturação do sistema de seguridade social, com redução de direitos e sem combate efetivo às irregularidades que teriam sido a motivação do governo para adotá-las."
De resto, a CUT sugere que, em vez de importunar os trabalhadores, Dilma vá mexer "no bolso dos mais ricos, como a taxação de grandes fortunas." A entidade marcou para 29 de maio protestos de rua em todo país contra o projeto de terceirização da mão-de-obra e as MPs do ajuste fiscal.
Na encrenca da terceirização, Dilma associou-se à CUT, para irritação dos seus aliados não-petistas que ajudaram a aprovar a matéria na Câmara. No pacote fiscal, a presidente e a central trafegam na contramão.
Interessado em realçar o paradoxo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abriu as galerias da Casa para os sindicalistas e congenêres que desejarem acompanhar as sessões do petrolão.
Vai ser divertido assistir à casa sindical do PT vaiando os governistas fieis a Dilma. O paradoxo tem as digitais de Lula. No Dia do Trabalho, o padrinho de Dilma discursou em ato da CUT tendo atrás de si um cartaz no qual se lia: "Abaixo Plano Levy" (repare abaixo).
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