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Josias de Souza

Redução de superávit deixa Dilma sem sentido

Josias de Souza

22/07/2015 23h47

Em atenção a um insistente pedido de Lula, Dilma Rousseff decidiu circular. Nesta quarta-feira, foi a Piracicaba inaugurar uma fábrica de etanol. Não será surpresa se os operadores políticos do Planalto logo concluírem que o melhor mesmo é a presidente ficar restrita aos palácios de Brasília. Dilma não tem o que dizer. Seu discurso se desconectou do mundo real.

Num dia em que o governo reconheceu que sua penúria é crônica, reduzindo a meta de superávit fiscal de 1,13% para 0,15% do PIB, a presidente declarou o seguinte: "Sem dúvida, estamos em um ano de travessia e também de novas possibilidades. Estamos atualizando as bases da nossa economia e vamos voltar a crescer dentro do nosso potencial."

Até aqui, a única travessia testemunhada pela plateia foi a passagem do Éden dos videoclipes da campanha para o inferno do segundo mandato. Novas possibilidades? De fato, nunca antes na história houve situação tão adequada para o surgimento de um Brasil inteiramente novo. Caos não falta.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.