Governo receia que denúncias contra congressistas incendeiem Congresso
Um dos ministros que integram a coordenação política do governo realizou nas últimas 72 horas uma rodada de conversas telefônicas com congressistas em férias. Deputados e senadores abordados sentiram-se como se respondessem a uma pesquisa de opinião sobre os humores do Legislativo na volta ao trabalho, em 3 de agosto. O "pesquisador" revelou a alguns dos "pesquisados" que o Planalto teme viver no Congresso um segundo semestre ainda mais atribulado do que o primeiro.
Afora as pendências habituais, o ministro mencionou uma preocupação do governo com as denúncias que a Procuradoria da República deve começar a fazer a partir de agosto contra as três dezenas de parlamentares suspeitos de receber propinas no escândalo da Petrobras —entre eles Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado.
O receio é o de que a formalizaçãoo das denúncias incendeie o Parlamento num instante em que o governo precisaria de serenidade para votar propostas que julga vitais —de pendências do ajuste fiscal à revisão da meta de superávit. A enquete informal revelou que, com ou sem Lava Jato, o contato dos parlamentares com o eleitorado dos seus Estados encurtou-lhes o pavio.
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