Eduardo Cunha exclui PT do comando de CPIs
Em jantar encerrado no início da madrugada desta terça-feira (4), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acertou com líderes partidários a exclusão do PT do comando das CPIs que serão instaladas neste início de segundo semestre. Excetuando-se os petistas, que não foram convidados por Cunha, participaram da conversa na residência oficial do presidente da Câmara líderes que, momentos antes, haviam se servido de um churrasco oferecido por Dilma Rousseff aos supostos aliados, no Palácio da Alvorada.
As CPIs dos Fundos de Pensão e do BNDES serão presididas pelo oposicionista DEM (Efraim Filho) e pelo PMDB (Marcos Rotta), respectivamente. O relator da primeira comissão virá do PMDB (Sérgio Souza). O da segunda, do PR (Márcio Alvino). Essas duas comissões são as que mais preocupam o governo. O PT reivindicava participação no comando. Mas Cunha alega que o bloco que o apoiou na disputa pela presidência da Câmara, por majoritário, tem prioridade. Um critério que não foi observado na CPI da Petrobras, que tem o petista Luiz Sérgio (RJ) como relator.
Pretende-se excluir o PT até mesmo da direção de uma CPI proposta pelo líder petista Sibá Machado (AC), para investigar os crimes cibernéticos. Essa comissão será presidida pelo PSDB. Que trama utilizá-la contra o próprio PT, varejando a estrutura montada pelo rival para difundir notícias simpáticas ao governo e atacar adversários na internet. De resto, Cunha ajeita para que o PSD presida a inofensiva CPI dos maus-tratos aos animais.
No jantar oferecido por Cunha, alguns líderes ironizaram o churrasco de Dilma. Recordou-se, por exemplo, que os garçons do Alvorada serviram champanhe para um brinde. Os convivas da presidente se entreolharam. Num instante em que a crise econômica se acentua e a Lava Jato prende até personagens como José Dirceu, que já estava em prisão domiciliar, qual seria o mote do brinde? "À saúde", propôs Dilma.
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