Tese da nova eleição afasta tucanos do PMDB
O PSDB toma distância do PMDB ao defender a tese da substituição de Dilma Rousseff por meio da convocação de novas eleições. O tucanato faz isso de propósito. Por duas razões:
1) Deseja sinalizar desde logo que, em caso de impeachment, não cogita participar de uma hipotética gestão de Michel Temer.
2) Avalia que a memória da última disputa presidencial faria de Aécio Neves um candidato favorito.
O TSE deve julgar até o final de setembro a ação em que o PSDB acusa a campanha petista de abuso do poder econômico e político. O tucanato deseja que o tribunal casse os mandatos de Dilma e de Temer. Nessa hipótese, uma nova eleição teria de ser convocada em 90 dias.
O problema é que a chance de o TSE passar na lâmina os mandatos de uma presidente recém-eleita e do seu vice é remota, muito remota, remotíssima. Em privado, o ministro Gilmar Mendes, do STF e do TSE, já disse a vários interlocutores que não crê nessa possibilidade.
Restaria, então, aos defensores do afastamento de Dilma agarrar-se ao TCU. Ali, ocorrerá o julgamento da prestação de contas do governo de 2014. Não são negligenciáveis as chances de os ministros do tribunal de contas reprovarem a escrituração em razão de manobras que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais.
A decisão do TCU não terá o peso de uma sentença. Embora carregue o nome de "tribunal", o TCU é mero órgão auxiliar do Congresso, para onde o parecer sobre as contas da gestão Dilma terá de ser remetido.
Caberá ao Congresso a palavra final sobre as contas. Rejeitando-as, os congressistas abririam caminho para a abertura de um precesso de impeachment contra Dilma por crime de responsabilidade. Nesse caso, o mandato de Temer não estaria em questão. Afastada a titular, ele assumiria.
O pedaço do PMDB que articula o afastamento de Dilma se irrita com a defesa que os tucanos fazem da convocação de novas eleições. Afirmam que Aécio e seu grupo erram ao tentar excluir Temer do jogo. E apostam que tucanos como José Serra e Geraldo Alckmin, inimigos cordiais de Aécio, não hesitarão em cooperar com Temer se a crise apertar.
Os partidários de Aécio dizem que votarão a favor do impeachment no Congresso se o pedido vier a ser votado. Mas dizem não trabalhar com a hipótese de compor um eventual governo de Temer, como fizeram na época em que Itamar Franco assumiu a Presidência no lugar de Fernando Collor.
O PMDB é sócio majoritário e responsável solidário pela tragédia em que se trasnformou o governo Dilma, disse um cacique tucano ao blog. Uma associação com Temer vincularia o PSDB às mesmas práticas. No mais, prosseguiu o tucano, ficaríamos vinculados a um fiasco administrativo que poderia nos inviabilizar para a eleição seguinte.
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