Não posso tirar leite de vaca morta, diz governador sobre as finanças do RS
Reunidos na noite desta terça-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, os governadores do PMDB traçaram um cenário de ruína ao relatar os efeitos da crise econômica nos seus Estados. Um dos mais encalacrados, o governador gaúcho José Ivo Sartori, referiu-se à herança que recebeu do antecessor petista Tarso Genro como uma espécie de brejo: "Não posso tirar leite de vaca morta."
Execrado pelo funcionalismo do Rio Grande do Sul por impor o pagamento de contracheques em parcelas, Sartori falou como se governasse o insolúvel. Disse que as corporações tomaram o Estado de assalto. Só a folha dos servidores inativos consume 59% da receita estadual, disse.
Marcelo Miranda, do Tocantins, afirmou que atravessa o seu terceiro mandato como governador. E jamais vivenciara uma crise tão aguda. Receia não ter dinheiro para honrar a folha salarial do mês que vem.
No exercício do seu primeiro mandato como governador, o alagoano Renan Filho previu um futuro duro de roer. Afirmou que o quadro de insolvência, que já é uma realidade nos municípios brasileiros, chega agora aos Estados. E subirá até a esfera federal.
Os governadores realçaram durante o jantar servido por Temer que a situação é mais grave no pedaço do mapa do Brasil onde o petismo costumava colher votações mais acachapantes. Com a crise a pino, a região Nordeste já exibe uma taxa de desemprego de dois dígitos: 10,3%. No resto do país, informou o IBGE, o desemprego fechou em 8,3% no segundo semestre.
Luiz Fernando Pezão, do Rio, mostrou-se preocupado com o que está por vir. Receia que a taxa de desemprego exploda no Estado a partir de abril do ano que vem, quando se encerram as obras preparatórias para as Olimpíadas de 2016. Só a Odebrecht mantém no Rio 35 mil trabalhadores, disse Pezão aos correligionários. Não sei o que vou fazer com toda essa gente, lamuriou-se Pezão.
Com a arrecadação de impostos em declínio, o governador capixaba Paulo Hartung enxerga nos royalties do petróleo uma perspectiva de receita. Para que ela se concretize, sugeriu que o PMDB pegue em lanças pela volta do modelo de concessão para a exploração das jazidas de óleo do pré-sal. Criado sob FHC, esse modelo foi substituído no governo Lula pelo modelo de partilha, pelo qual Dilma morre de amores.
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