Para a oposição, a perda do grau de investimento reforça o impeachment
Os adversários de Dilma Rousseff no Congresso acreditam que a conversão do Brasil em mau pagador na classificação da agência de risco Standard & Poor's potencializa a tese do impeachment. Isso ocorreria porque, além das consequências econômicas e administrativas, o rebaixamento do Brasil deve levar à perda do apoio que Dilma ainda recebia de setores empresariais.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (PE), esmiúça o raciocínio: "A ameaça de criar a CPMF balançou o setor financeiro-empresarial, mas a viga ainda não tinha se rompido. Embora saibam das debilidades da presidente, o empresariado receava suportar o custo do afastamento dela. Agora, estão percebendo que o custo do impeachment é menor do que o custo da manutenção por mais de três anos do desastre que a Dilma representa. A presidente é incapaz de traçar uma agenda econômica que restaure minimamente a confiança."
Nesta quinta-feira (10), os partidos de oposição e dissidentes governistas formalizaram na Câmara a criação de um movimento pró-impeachment. O grupo lançou na internet um site para recolher adesões a um abaixo-assinado pelo afastamento da presidente. Em poucas horas, mais de 100 mil pessoas subscreveram o documento. Líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP) diz que já há na Câmara 280 deputados decididos a votar a favor da abertura de um processo de impeachment. São necessários 342 votos.
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