Oposição decide adiar recurso sobre impeachment para o final de outubro
Antes mesmo de ser formalmente anunciada, a reforma ministerial de Dilma reduziu o ímpeto e a emergência do bunker do impeachment. A oposição planejava levar o tema ao plenário da Câmara na semana iniciada em 5 de outubro. Adiou a providência para o final do mês. Marcou na folhinha o dia 21 de outubro. Com isso, ganha tempo para medir a temperatura do PMDB. Tomado pelo fisiologismo, o partido do vice-presidente Michel Temer revela-se mais propenso a tomar de assalto a presidência de Dilma do que a substituí-la.
Um pedaço da oposição já trabalha com a perspectiva de mudar de assunto se a tese do impeachment não se revelar viável até novembro. Avalia-se que não vale a pena desperdiçar 2016 toureando um PMDB que é contra tudo e absolutamente a favor de qualquer outra coisa e um PSDB que tem excesso de cabeças e carência de miolos. De resto, os partidos terão de se equipar para a eleição municipal.
Excetuando-se o ajuste na agenda, a estratégia dos antagonistas de Dilma permanece a mesma. Está combinado que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mandará arquivar os pedidos de impeachment pendentes de deliberação. Quando o indeferimento de Cunha alcançar a petição subscrita pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, o grupo pró-impeachment recorrerá ao plenário. Que decidirá, por maioria simples de votos, se o requerimento deve ou não tramitar.
O que mudou é que, hoje, é maior a consciência de que o impeachment depende mais da evolução da conjuntura do que da capacidade de articulação dos opositores de Dilma. No momento, a presidente enfrenta dois adversários mais fortes do que toda a oposição e a dissidência governista reunidas. São eles: o imponderável da Lava Jato e a própria Dilma, uma personagem que flerta ininterruptamente com a autocombustão.
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