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Josias de Souza

PT perde ministérios, mas quer manter cargos

Josias de Souza

04/10/2015 02h41

Arma-se em Brasília o primeiro escarcéu fruto da reforma ministerial que Dilma Rousseff foi levada a fazer para tentar deter o impeachment. Tendo perdido o comando de pastas como Saúde e Comunicações, o PT se equipa para manter no organograma dos seus ex-ministérios os filiados da estrela vermelha, devotos que entregam à tesouraria da legenda pedaços de seus contracheques.

O problema é que os novos ministros —Marcelo Castro (PMDB-PI) na Saúde, André Figueiredo (PDT-CE) nas Comunicações— atravessam o alambrado imaginando que receberam outro tipo de oferta. Porteira fechada: fariam do segundo e do terceiro escalões o que quisessem, com quem quisessem.

Esse tipo de falta de sintonia dá problema em qualquer partido. No PMDB e no PDT, cujos ministros não são unânimes nem sozinhos, costuma terminar em crise. "Considerando-se que Dilma encostou seu governo no balcão, deveria agir rapidamente para conter o apetites do PT", aconselhou um cacique do PMDB. "Se demorar muito, fica mais caro."

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.