Saco cheio do eleitor tornou 2018 imprevisível
55% dos eleitores declaram que não votariam em Lula de jeito nenhum.
54% declaram que jamais votariam em José Serra.
52% rejeitam o governador paulista Geraldo Alckmin.
52% torcem o nariz para Ciro Gomes.
50% refugam Marina Silva como opção presidencial.
47% deixam claro que nunca votariam em Aécio Neves.
Os dados acima, colecionados pelo Ibope em pesquisa feita entre os dias 17 e 21 de outubro, revelam duas fatalidades: 1) a crise econômica e a roubalheira que se instalou na máquina do Estado deixaram o eleitorado brasileiro de saco cheio dos políticos; 2) o candidato favorito à sucessão presidencial de 2018 é o ponto de interrogação.
Tonto, o governo Dilma virou uma espécie de criptonita de Lula. O morubixaba do PT deixou de ser o superhomem das urnas. Mas o mesmo eleitor que leva o pé atrás em relação ao petismo interroga os seus botões: afinal, o que os tucanos Aécio, Alckmin e Serra têm a oferecer? Marina Silva, a ex-novidade, vai virando parte do meio ambiente. Ciro continua sendo Ciro.
Quando a pergunta se inverte —'em quem você votaria com certeza?'— Lula ainda ostenta a maior fatia de eleitores cativos. Amealha 23% das intenções de voto. Vêm a seguir Aécio (15%), Marina (11%), Serra (8%), Alckmin (7%) e Ciro (4%). Embora a eleição ainda seja um ponto longínquo no calendário, são percentuais muito mixurucas.
A pesquisa deixa claro que as crises econômica e política comem o prestígio de Lula pelas bordas. Mas o brasileiro informa que não está disposto a servir mingau de graça aos seus rivais.
A oposição desperdiçará a sua hora se imaginar que pode triunfar apenas falando mal de tudo isso que está aí sem informar claramente o que pretende colocar no lugar. O eleitor está de saco cheio de políticos que dizem coisas definitivas sem definir muito bem as coisas.
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