Com jovens, Lula ataca a mídia e poupa Cunha
Lula participou de um encontro com jovens na noite desta sexta-feira (13). Deu-se no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Discursou por cerca de 50 minutos. Como de hábito, atacou a mídia. Disse que os meios de comunicação só dão destaque para notícias ruins, como casos de corrupção. O objetivo é "fazer o jovem não gostar de política." Outros oradores espinafraram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de desviar verbas da Petrobras. Lula preferiu poupá-lo.
A certa altura, Lula tratou a internet como uma conquinta paradoxal. Ajuda a difundir a informação entre os jovens. Mas, graças à imprensa, também dissemina boatos e pessimismo. "Há uma construção de negatividade da mídia que tem o objetivo de negar a política e fazer o jovem não gostar de política. Eles negam o Estado. E o jovem acaba achando que todos são iguais, que nada funciona, e vira rebelde por ser rebelde", lamentou o morubixaba do PT.
Ex-sindicalista, como Lula, o deputado Vicentinho (PT-SP) falou aos jovens sobre um dos temas preferidos da mídia no momento: o envolvimento do comanante da Câmara no escândalo da Petrobras. "O Eduardo Cunha é o pior presidente que a Câmara já teve", disse. Classificou de "ato maravilhoso" a chuva de dólares falsos que caiu sobre a cabeça de Cunha, no instante em que concedia entrevista no salão defronte do plenário da Câmara.
Coordenadora do Levante Popular da Juventude, movimento que providenciou as réplicas de dólares atirados sobre Cunha, Thays Carvalho também falou aos jovens reunidos no Sindicato do ABC. "O Eduardo Cunha é o grande inimigo da juventude brasileira", declarou.
Defensor da tese segundo a qual o PT deve aliviar a barra de Cunha para que ele não cause problemas para Dilma no Legislativo, Lula absteve-se de falar sobre o personagem. Uma pena. No seu discurso, Lula estimulou os jovens a se tornar políticos. Talvez fizesse a garotada respeitar mais a política se conseguisse explicar como Cunha conseguiu enfiar cunhas nos cofres da Petrobras durante o seu governo. Mas, para isso, o orador teria de substituir o lero-lero sobre a "negatividade da mídia" por um lote de boas explicações. E Lula acha que não deve nada para ninguém. Muito menos explicações.
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