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Josias de Souza

Terror inquieta pela noção de que não vai parar

Josias de Souza

14/11/2015 03h55

Mais terrorismo. Atentados em série. Novamente em Paris. Mais de cem cadáveres! De todos os malefícios produzidos pela banalização do terror o mais apavorante é a noção de que não vai parar.

A troca da ideologia dos tempos da Guerra Fria pelo obscurantismo religioso atual eliminou a previsibilidade e a nitidez do mundo. Pior: a ilusão de que é possível restaurar a segurança perverteu o conceito de excepcionalidade.

O exercício do vale-tudo pelo Estado, que era excepcional, tornou-se uma permanente evidência da ineficácia dos métodos preventivos. Tão permanente quanto a morte.

A morte pode chegar nas asas de um avião enfiado nas torres gêmeas ou no colete de explosivos sob a roupa dos jovens de aparência inofensiva que se detonam em meio à plateia da casa de espetáculos parisiense.

Não vai parar. A estupidez humana é ilimitada.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.