Terror inquieta pela noção de que não vai parar
Mais terrorismo. Atentados em série. Novamente em Paris. Mais de cem cadáveres! De todos os malefícios produzidos pela banalização do terror o mais apavorante é a noção de que não vai parar.
A troca da ideologia dos tempos da Guerra Fria pelo obscurantismo religioso atual eliminou a previsibilidade e a nitidez do mundo. Pior: a ilusão de que é possível restaurar a segurança perverteu o conceito de excepcionalidade.
O exercício do vale-tudo pelo Estado, que era excepcional, tornou-se uma permanente evidência da ineficácia dos métodos preventivos. Tão permanente quanto a morte.
A morte pode chegar nas asas de um avião enfiado nas torres gêmeas ou no colete de explosivos sob a roupa dos jovens de aparência inofensiva que se detonam em meio à plateia da casa de espetáculos parisiense.
Não vai parar. A estupidez humana é ilimitada.
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