Se não tivesse imunidade, Cunha estaria preso
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Eduardo Cunha transformou a Câmara numa estrutura a serviço do acobertamento do crime. Não bastasse o fato de circular entre seus pares como se nada tivesse sido descoberto sobre ele, Cunha decidiu, nesta quinta-feira, obstruir a sessão da Comissão de Ética em que seria lido o relatório que pede a continuidade do processo que pode levar à cassação do seu mandato.
Com o auxílio da sua milícia parlamentar, subitamente reforçada pela tropa do PT, fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir a deliberação do Conselho de Ética. Esvaziou o colegiado. Antecipou o início da 'Ordem do Dia' no plenário. Um aliado de Cunha chegou mesmo a anular a sessão do Conselho de Ética.
Houve gritaria no plenário. Deputados de oposição exigiram a reabertura do Conselho de Ética. Mara Gabrilli (PSDB-SP), de pé na cadeira de rodas, perguntou a Eduardo Cunha se ele está com medo. Convidou-o a levantar da cadeira. O bloco de oposição e deputados independentes bateram em retirada.
Se não tivesse imunidade parlamentar, Eduardo Cunha estaria preso. É um caso clássico de obstrução da Justiça. Por muito menos, o doutor Sérgio Moro mandou prender o baronato da construção civil.
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