Com desemprego a pino, ministro cita ‘conquistas importantes’ do governo
No ano de 2015, foram mandados para o olho da rua 1.542.371 brasileiros. Apenas no mês de dezembro, o desemprego abalroou 596.208 trabalhadores, arrancando-os do abrigo da CLT. Foi o pior resultado da série estatística, que começou a ser divulgada em 1992. Pela primeira vez desde 1999, o número de demissões superou o de contratações no país.
Ao comparecer à boca do palco para anunciar o desastre, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho) achou que seria uma boa oportunidade para enaltecer o governo petista. "Se tivemos um ano difícil em 2015, preservamos as conquistas importantes dos últimos anos em relação à ampliação forte do mercado de trabalho." Hã?!? "Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas dos últimos anos. Continuamos com mercado formal elevado no país, mesmo que números do ano passado não tenham sido positivos." Ah, bom!
Se Deus tiver de aparecer para os desempregados, não se atreverá a aparecer em outra forma que não seja a de um contrato de trabalho. Ao perder o emprego, o sujeito já havia se dado conta de que Deus existe, mas não dá expediente é full time. Quando ouve o ministro falando "das conquistas dos últimos anos" na tevê, conclui que Deus não merece existir.
Mesmo com o desemprego a pino, submetido a uma conjuntura de estagflação, em que se misturam a estagnação econômica e a inflação, Rossetto considerou adequado vender esperança. Falou de um futuro promissor, em que os empregos serão reativados pela expansão do crédito, a retomada das exportações, as concessões de serviços públicos e a terceira fase do programa Minha Casa.
O diabo é que o futuro é um espaço impreciso. Nele cabe tudo, pois o futuro não pode ser conferido. Como será 2018, futuro dos 16 anos de PT no poder? Diz-se que o futuro a Deus pertence. Mas o governo não deveria tergiversar sobre o passado. Quem responderá pelo desemprego de 2015? Que fim levou a Pasárgada do segundo mandato de Dilma, futuro da campanha de 2014?
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