PT classifica austeridade fiscal de ‘austericídio’
Reunida nesta terça-feira, a Executiva Nacional do PT cobrou a "abertura de uma nova etapa da política econômica" do governo. Em resolução escrita (íntegra aqui), o partido chamou de "austericídio" a política de austeridade fiscal adotada como resposta à "crise internacional" inclusive "nos países em desenvolvimento".
O PT festejou a troca de comando na economia. Anotou que a nomeação do petista Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda, em substituição a Joaquim Levy, "desinterdita o debate sobre estratégias para o enfrentamento da crise, até então controlado pelo conservadorismo." A austeridade era uma ideia fixa de Levy.
O partido de Dilma parece enxergar a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, marcada para esta quinta-feira, como um reinício da administração Dilma, "um bom momento para se renovarem as esperanças de que o governo imprimirá um novo rumo à economia."
Para a Executiva do PT, a "nova etapa" da política econômica deve se basear em velhas providêncas, já experimentadas durante o governo Lula e num pedaço da gestão Dilma. Algo "que tenha como eixo a recuperação do mercado interno de massas e a retomada do desenvolvimento, a partir de medidas destinadas à ampliação do investimento público, à oferta de crédito produtivo". Só assim, acredita o partido, haverá "elevação da renda do trabalho e geração de empregos."
O petismo avalia que está em curso uma "ofensiva dos setores conservadores", para "desestabilizar o governo" e "criminalizar o PT e Lula." Daí, segundo a legenda, a necessidade de o governo promover uma virada na economia.
No alvorecer de um ano eleitoral, o partido de Dilma ainda acha possível se reposicionar em cena. "O governo e o PT precisam recompor laços políticos e sociais com nosso bloco histórico de sustentação, formado centralmente pelos trabalhadores do campo e da cidade, setores médios da sociedade, empresários em contradição com o grande capital, a intelectualidade progressista e a juventude."
No documento preparado pela Executiva, o partido dá um aviso ao governo: "O PT somente apoiará soluções que sejam negociadas e pactuadas com o sindicalismo, as organizações populares e os movimentos sociais." Mudanças na Previdência, por exemplo, só se passarem pelo crivo do "fórum quadripartite" composto de "representantes de trabalhadores, aposentados, empresários e do governo."
No dizer do PT, o equilíbrio fiscal é "necessário", mas "não pode ser pavimentado por sacrifícios do povo trabalhador". Deve passar "por mudanças que aumentem a participação das camadas mais ricas na arrecadação tributária."
De resto, o PT informa que continua em pé o "acordo político" que firmou com seus aliados tradicionais. Coisa baseada em três tópicos: "o rechaço ao impeachment, o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduado Cunha, e a mudança da política econômica" de Dilma.
Não há no documento do PT nenhum vestígio de comentário sobre o envolvimento da legenda e de filiados ilustres como os presos José Dirceu e João Vaccari no petrolão. Sobre Lava Jato, o partido faz três observações. Numa, condena "delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais." Noutra, apoia o manifesto em que uma centena de advogados de grife sustentaram que a invesitgação ameaça a democracia. Numa terceira, defende a ideia do governo de modificar a lei anticorrupção que Dilma sancionou em 2013, para permitir que emoresas confessadamente corruptas voltem a celebrar contratos com o governo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.