Jarbas: Capacho e teleguiado disputam a liderança do PMDB na Câmara Federal
Visto como uma referência entre os dissidentes do PMDB, o deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos decidiu votar em branco na eleição para líder do seu partido. Disse ao blog que considera "lamentáveis" as duas opções disponíveis. "Um dos candidatos, Hugo Motta, é um teleguiado de Eduardo Cunha. O outro, Leonardo Picciani, é um capacho do governo Dilma. Não sou de me ausentar. Estarei lá. Mas votarei em branco. Não vejo outro jeito."
Num esforço para convencer Jarbas a votar em Hugo Motta, dois representantes da ala dissidente, os deputados Osmar Terra e Lelo Coimbra, recorreram a um amigo dele. Chama-se Raul Henry. É vice-governador de Pernambuco e presidente do PMDB no Estado. Pediram-lhe que transmitisse um "apelo" a Jarbas. A resposta foi curta: "Diga que você conversou comigo e que eu não aceito nem discutir o assunto."
"Não posso votar num teleguiado de Eduardo Cunha", declara Jarbas. "Hugo Motta presidiu a CPI da Petrobras. Foi um blefe. O célebre depoimento do Cunha à CPI, repleto de mentiras, foi arranjado com ele. Não compreendo como o grupo dissidente pode votar nesse rapaz. Considero inconcebível. No início de 2016, chegamos a uma encruzilhada dessas: o PMDB apresenta dois candidatos a líder da bancada muito ruins. E ninguém pensa no lançamento de um terceiro nome."
Normalmente, a disputa pela liderança de um partido não costuma chamar tanta atenção. Deve-se o alarido em torno da briga entre Picciani e Motta ao pedido de impeachment que corre contra Dilma. Caberá ao líder da bancada do PMDB, maior partido da Câmara, indicar oito integrantes da comissão que analisará o pedido de afastamento da presidente.
Defensor da interrupção do mandato de Dilma, Jarbas exaspera-se: "Nenhum dos dois candidatos defende o impeachment. Picciani negocia ministérios abertamente. O outro, como pau mandato de Eduardo Cunha, submete-se aos interesses dele, que não são os interesses da sociedade."
O prazo limite para o registro de candidaturas à liderança da bancada do PMDB é 3 de fevereiro. Jarbas estranhou a fixação da data: "Dia 3 já é quarta-feira da semana que vem. Se aparecer outro candidato depois desse dia, não haverá como fazer o registro. Parece que não querem concorrência. É triste ver a que ponto chegou o PMDB."
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