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Josias de Souza

Petrobras descobre a meritocracia tarde demais

Josias de Souza

28/01/2016 15h35

O petismo ainda não pediu desculpas ao país pelos crimes praticados na Petrobras. Mas o atual presidente da companhia, Aldemir Bendine, jura que vem fazendo tudo diferente desde o ano passado.

"Não convivi e não convivo com indicação política na empresa", declarou Bendine, ao anunciar um enxugamento de R$ 1,8 bilhão nos quadros da estatal. Segundo ele, diretores e gerentes executivos não entram mais pela janela na Petrobras. "Meritocracia é a palavra que define, desde 2015, os nossos processos e que prevalecerá em toda a companhia."

Considerando-se que Lula tomou posse em 2003 prometendo um Brasil diferente —mais ético e eficiente—, o mérito funcional chegou à Petrobras com 12 anos de atraso. Tempo suficiente para a produção do maior assalto já registrado às arcas da República.

Um cínico poderia dizer que o arrependimento é a última utilidade de um crime. Mas nem isso é possível afirmar neste caso, já que o petismo não se considera culpado, mas perseguido pela Lava Jato. E a dupla Lula-Dilma, você sabe, "não sabia de nada".

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.