Verba suja só no exterior. No Brasil, as campanhas de Santana foram limpas!
Os depoimentos de João Santana e de sua mulher e sócia Mônica Moura à Polícia Federal revelaram um fenômeno alvissareiro. Constatou-se que o mago do marketing não está imune às ilegalidades típicas de sua classe. Mas descobriu-se que Santana só recebeu verbas por baixo da mesa no exterior. No Brasil, o marqueteiro de Lula e Dilma só gerenciou campanhas eleitorias limpinhas.
Coube a Mônica detalhar os recebimentos farejados pelos investigadores: US$ 7,5 milhões. Os US$ 3 milhões atribuídos à Odebrecht referem-se à campanha de Hugo Chávez, na Venezuela. Os US$ 4,5 milhões provenientes do operador de propinas Zwi Skornicki, ligado ao estaleiro Keppel, correspondem à campanha de José Eduardo dos Santos, de Angola. Tudo no caixa dois.
Mônica não conseguiu explicar por que diabos os partidos de Chávez e Santos delegaram seus pagamentos à empreiteira brasileira e ao operador de propinas do estaleiro, ambos atolados no lamaçal da Petrobras. Só não deixou réstia de dúvida quanto à convicção de que nada se refere às eleições brasileiras.
Santana também admitiu a existência da conta clandestina na Suíça. Mas alegou desconhecer a origem do dinheiro borrifado nela. Essa parte financeira é com a Mônica, disse. O João é um criador, ecoou o advogado. Mas a alma de poeta não impediu que o marqueteiro do PT realçasse o essencial: não passou pela conta secreta nenhum tostão proveniente de campanhas brasileiras.
Antes dos depoimentos de Santana e Mônica, tinha-se a impressão de que a corrupção eleitoral é encontrada em várias partes do mundo, quase todas no Brasil. Depois que os dois esclareceram tudo à Polícia Federal, ficou a impressão de que um fenômeno novo passou a ser observado no Brasil: os transgressores, mesmo quando brasileiros, só transgridem no estrangeiro, bem longe do PT e de suas campanhas limpinhas.
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