Negativa de renúncia expõe fraqueza de Dilma
A pior maneira que uma autoridade pública tem de demonstrar sua força é alardear que não irá renunciar ao cargo. Pois Dilma Rousseff, uma presidente que se dedica a fazer o pior o melhor que pode, achegou-se à boca do palco nesta sexta-feira justamente para jurar que não renunciará. "Não tenho o menor interesse, a menor propensão. E não há nenhuma justificativa. Para mim isso inclusive é uma ofensa… Agora, por favor, pelo menos testemunhem que eu não estou com cara de quem vai renunciar."
O objetivo de Dilma foi passar a impressão de que está forte e tem a situação sob controle. Se suprimirmos os detalhes que impedem Dilma de fazer uma avaliação isenta sobre si mesma, podemos ser objetivos e positivos sobre qualquer avaliação que venha da presidente.
Assim, fora a iminente conversão de Lula de investigado em primeiro-ministro, o risco de novas delações na Lava Jato, a ebulição no PMDB, o chamego de Renan com o PSDB, as ciladas do Cunha, a paralisia econômica, a aversão do PT à reforma fiscal, o derretimento da base congressual do governo, a ressurreição do pedido de impeachment, os processos de cassação da chapa presidencial no TSE e os protestos de rua de domingo, afora tudo isso, nada faz surpor que Dilma tenha se tornado uma presidente desmoralizada e fraca.
A essa altura, quem observa a trajetória de Dilma no poder federal já deve ter aprendido que o poder é implacável. Quem só ambiciona o poder erra o alvo. Quem obtém o poder e não o exerce, vira alvo. Fora isso, Dilma é a presidente mais forte que Dilma conhece.
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