Aécio debate com deputados o apoio a Temer
Num esforço para ensaiar a coreografia do embarque do PSDB no provável governo de Michel Temer, Aécio Neves reúne-se nesta terça-feira com os deputados federais da legenda. Esforça-se para unificar um discurso que acomode as propostas à frente dos cargos. Nesse formato, o tucanato aprovaria em 3 de maio uma agenda mínima de compromissos e reformas. E se absteria de indicar ministros, deixando a critério de Temer a conveniência de aproveitar quadros tucanos no governo.
"Trabalhamos intensamente para afastar uma presidente que cometeu crime de responsabilidade", diz o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy. "A consequência do afastamento deveria ser a adoção de uma nova conduta na política brasileira. Essa relação entre Executivo e Congresso não pode manter a promiscuidade que se intensificou desde Lula, resultando no mensalão e no petrolão. Não pode ser assim. De nossa parte, faremos diferente."
A bancada tucana soma 52 deputados. A ideia é que todos os que estiverem presentes tenham a oportunidade de se manifestar na reunião com Aécio. Como costuma suceder sempre que é intimado pela conjuntura a tomar decisões, o PSDB frequenta a cena trincado. As faces mais visíveis da divisão são os três presidenciáveis do ninho.
Empurrado para o final da fila das opções presidenciais do partido, José Serra sonha com um ministério que lhe sirva de vitrine para 2018. Metidos numa disputa pela primazia de representar a legenda na próxima sucessão presidencial, Aécio Neves e o governador paulista Geraldo Alckmin prefeririam manter distância regulamentar de um eventual governo do PMDB, limitando a contribuição do PSDB ao apoio no Congresso. Pairando sobre as duas correntes, FHC defende a efetiva participação do PSDB no novo governo.
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