Aliados de Temer apodrecem no pior momento
Autoconvertido numa espécie de grampo-delivery, Sérgio Machado demonstra que, em política, quem ama o feio leva muito susto. Com seu serviço de grampos em domicílio, o ex-presidente da Transpetro apressa a decomposição de personagens que têm em comum, além do pânico da Lava Jato, a proximidade com o governo provisório de Michel Temer.
A cúpula do PMDB do Senado vira chorume num instante em que o partido festeja sua primeira quinzena de poder. E Temer encontra-se perigosamente próximo do lixão para o qual Sérgio Machado arrasta personagens como Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros.
Jucá era ministro até ontem. Caiu sob elogios do presidente interino. Sarney tem um filho na Esplanada, o deputado Zequinha. E Renan acaba de entregar ao novo governo sua primeira vitória legislativa: a aprovação da proposta que autoriza a gestão Temer a fechar as contas de 2016 com um déficit de R$ 170,5 bilhões.
O Planalto dá pouca importância às gravações tóxicas de Sérgio Machado. Temer e seus operadores ainda não se deram conta, mas estão superestimando a invulnerabilidade do governo provisório. Já homologada pelo STF, a delação de Machado é comparável à do ex-senador petista Delcídio Amaral.
Temer dá prioridade à economia. Seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, manuseia medidas amargas. Coisa forte o bastante para inverter a curva ascendente da dívida pública e reduzir o déficit fiscal. O diabo é que a plateia talvez não se disponha a fazer sacrifícios por um governo que confraterniza com a suspeição.
Jucá, Sarney e Renan figiam-se de mortos enquanto Eduardo Cunha entrava em autocombustão na Câmara. Para azar do novo governo, o PMDB do Senado apodrece na pior hora.
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