Temer supera Itamar na rotatividade ministerial
A Lava Jato transformou o governo interino de Michel Temer em candidato ao Livro dos Recordes. A operação que eletrifica a oligarquia política e empresarial já derrubou três ministros da gestão Temer, empossada há escassos 35 dias: Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e agora Henrique Alves (Turismo). Isso corresponde a uma média de um escalpo ministerial a cada 11,6 dias. Coisa jamais vista no país.
O governo atual superou a administração de Itamar Franco, que assumiu o Planalto em 1992, nas pegadas do impeachment de Fernando Collor, em condições análogas às de Temer. No caso de Itamar, a alta rotatividade ministerial afetou a sensível área econômica. O substituto constitucional de Collor teve três ministros da Fazenda antes de acertar o passo com a transferência do então chanceler Fernando Henrique Cardoso para o comando da Economia.
Gustavo Krause e Paulo Haddad, os dois primeiros titulares da Fazenda no governo Itamar duraram 75 dias cada um. Eliseu Resende, o terceiro, durou 79 dias. Caiu sob a suspeita de ter favorecido a empreiteira Odebrecht, da qual fora funcionário.
Luíza Erundina, que assumira o Ministério da Administração contra a vontade do PT, seu partido à época, ameaçou pedir demissão caso Eliseu não fosse expelido da equipe ministerial de Itamar. Ela acusava o núcleo de assessores palacianos do então presidente de conivência com a corrupção.
No caso de Temer, a fragilidade dos ministros atropelados pela Lava Jato era conhecida antes da nomeação. Jucá e Alves já eram alvos da investigação. Silveira fora apadrinhado por Renan Calheiros, outro investigado. Ao nomeá-los, Temer comprou um risco. Pagou caro.
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