Ao renegociar dívidas, Temer converte governadores em aliados automáticos
O acerto para a renegociação das dívidas dos Estados com a União potencializou a impressão de que o governo de Michel Temer exibe na área econômica uma funcionalidade que o distingue da gestão de Dilma Rousseff. Confirmando-se o entendimento, o presidente interino marcará em 39 dias um gol que a presidente afastada tentava marcar, sem sucesso, há seis anos e meio (veja aqui os detalhes da renegociação).
Ao conceder um balão de oxigênio aos tesouros estaduais, Temer transformou os governadores em aliados automáticos da política econômica do seu governo. O êxito da estratégia de cintos apertados do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) passou a interessar a todos. Se a coisa funcionar como Brasília imagina, os governadores ajudarão o Planalto na tramitação legislativa do ajuste fiscal.
De resto, o governo desarmou uma bomba que fazia tic-tac nos escaninhos do STF —os 14 Estados que haviam obtido liminares suspendendo o pagamento das parcelas mensais de suas dívidas comprometeram-se a desistir das ações. As prestações atrasadas serão parceladas em 24 meses.
Se não existisse Lava Jato, Michel Temer talvez estivesse rindo de orelha a orelha.
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