Se Trump e ‘Brexit’ existem, tudo é permitido!
No Brasil, basta ligar a tevê ou abrir um jornal para perceber que o eleitor não sabe o que faz. Como consequência, a política virou esse balé de elefantes à beira do abismo. Quando reclama, o eleitor esquece que corrupção e incompetência não dão em árvore. Diz-se, por exemplo, que o Congresso é a cara da sociedade —o que apenas reforça a evidência de que o eleitor, como um Narciso às avessas, cospe na própria imagem.
Se você está desconsolado com a realidade ao redor, console-se. O Brasil já tem companhia. A presença de Donald Trump na reta final da eleição presidencial dos Estados Unidos e a vitória da 'Brexit' —abreviação de Britain (Grã-Btretanha) e exit (saída)— no plebiscito que retirou os britânicos da União Europeia mostram que países desenvolvidos também produzem eleitores abilolados.
Impossível deixar de traçar um paralelo entre o voto dos britânicos no plebiscito do desembarque e a intenção de voto dos americanos na candidatura presidencial de Trump. Os eleitores por trás desses votos têm a cabeça no passado. Cavalgam um certo ranço nacionalista e um nefasto sentimento antiimigração. O alto grau de adesão às teses não deixa dúvidas: as multidões produzem um fulminante nivelamento intelectual por baixo. A euforia numérica conspira contra o raciocínio.
Num célebre romance ambientado na velha Rússia, um personagem dostoievskiano proclama: "Se Deus não existe, tudo é permitido". Adaptando-se a máxima, pode-se gritar: se o Trump e a 'Brexit' existem, tudo é permitido. Pode ser que haja vida inteligente em outro planeta. Neste, já não se vê nenhuma demonstração.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.