Líder tucano: ‘É hora de desconfigurar centrão’
Líder do PSDB, o deputado Antonio Imbassahy anunciou que deflagrará na Câmara uma articulação para acabar com o chamado centrão. "Não basta eleger um novo presidente e cassar Eduardo Cunha", disse ele ao blog, na madrugada desta quinta-feira. "É preciso aproveitar esse momento para desconfigurar o centrão, derrubando os muros que separam esse grupo do resto da Câmara."
Idealizado por Cunha para sequestrar a pauta legislativa do governo Dilma Rousseff, o centrão reúne 12 legendas: PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL. Juntas, somam algo como 225 votos. Bem mais do que os 170 votos amealhados por Rogério Rosso (PSD) no segundo turno da eleição para a presidência da Câmara. Imbassahy enxergou no fiasco de Rosso uma oportunidade a ser aproveitada.
"O que aconteceu hoje gera uma oportunidade rara, que não pode ser desperdiçada", animou-se o líder tucano. "O centrão é visto como uma bactéria dentro da Câmara. Mas há gente de valor nesses partidos. São deputados que podem ser atraídos para uma agenda de interesse do país. Nossa obrigação é tentar requalificar as relações na Câmara, derrubando muros, buscando convergências."
Imbassahy disse que já vem conversando sobre o tema com André Moura (PSC-SE), um deputado do baixíssimo clero, soldado da tropa de Eduardo Cunha, que o centrão impôs ao governo Temer por meio de um abaixo-assinado. Ironicamente, o Planalto torcia por uma vitória de Rosso, o nome do centrão, na sucessão da Câmara. Para o governo, o eleito Rodrigo Maia (DEM-RJ) é apenas um meio-termo aceitável, já que a alternativa —a candidatura do dissidente peemedebista Marcelo Castro, apoiado por Lula— era vista como inadmissível.
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