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Josias de Souza

Fazenda teme o 'calote' de grupos da Lava-Jato

Josias de Souza

25/07/2016 15h22

As empreiteiras encrencadas na Lava Jato devem ao Tesouro Nacional R$ 1,2 bilhão em tributos e contribuições previdenciárias. Contabilizada pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), essa dívida aponta para o alto, já que a Receita Federal continua impondo às empresas novos autos de infração. O Ministério da Fazenda teme amargar um calote. Por isso, criou uma força-tarefa para tentar apressar a cobrança dos débitos.

"Tenho medo que eles não tenham patrimônio para pagar as dívidas. Preocupa profundamente", disse ao jornal Valor Anelize Lenzi Ruas de Almeida, diretora de Gestão da Dívida Ativa da União da PGFN. "Uma decisão do juiz Sérgio Moro que considerar todos os bens do réu como frutos de ilícito pode bloquear todo o patrimônio do réu. Então, como seria paga a dívida com a União?"

A Fazenda se move para tentar impeder que seus créditos "apodreçam". Trava-se uma corrida contra o relógio. Anelize explica que, se essas empresas entrarem em processo de recuperação judicial, "a Fazenda Nacional não entra no rol dos credores." Daí, sobretudo, a preocupação. "É uma lógica perversa de que a cobrança dos tributos não pagos é ruim para a empresa. É cruel para nós, que temos que ficar esperando."

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.