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Josias de Souza

Lewandowski veta réplica na inqurição de Dilma

Josias de Souza

17/08/2016 16h12

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O rito do julgamento final do impeachment, que se iniciará em 25 de agosto, contém regras que favorecem Dilma Rousseff, a ré. Ela comparecerá no dia 29 de agosto. Deveria apenas responder às perguntas de seus juízes, os senadores. Mas terá direito a discursar por 30 minutos, prorrogáveis. Sem apartes. Durante o interrogatório, os inquisidores terão cinco minutos para formular suas perguntas. Dilma responderá sem limite de tempo. E os senadores não terão direito a réplica. As regras (íntegra aqui) foram sugeridas pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que comandará o julgamento, como determina a Constituição.

Em reunião dos senadores com Lewandowski, nesta terça-feira, os líderes Cássio Cunha Lima (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) reclamaram do tratamento dispensado a Dilma. Queixaram-se sobretudo da ausência de réplicas. Mas prevaleceu o rito sugerido por Lewandowski. O tucano Cássio ponderou que o julgamento é jurídico, mas também é político. E disse que não seria razoável que um senador, após inquirir Dilma, ficasse sem direito de responder caso a ré o ofendesse ou fizesse algum ataque político.

Ficou entendido na reunião desta terça-feira que, na hipótese de se sentirem ofendidos por Dilma, os senadores poderão requerer a Lewandowski a prerrogativa de responder. Fora disso, terão de se contentar, na fase de arquição, com os cinco minutos destinados às perguntas. Paradoxalmente, por sugestão do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), encampada por Lewandowski, as réplicas serão admitidas nos questionamentos dirigidos às testemunhas de defesa e de acusação.

 

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.