FHC apoia João Doria por um ‘dever’ partidário
Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso dispensa a João Doria, o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, o mesmo tipo de deferência que todo mundo deve a um familiar. Mal comparando, FHC trata Doria com o carinho protocolar que devotaria a um primo que, se não é bom, pelo menos é parente.
Em entrevista com FHC, o repórter perguntou o porquê da demora em declarar apoio a Doria. "O meu candidato era o Andrea Matarazzo, o João Doria sabe disso", declarou. Preterido, Andrea bateu asas para o PSD e tornou-se candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela ex-petista Marta Suplicy, hoje no PMDB.
Dono de uma lábia fluida, FHC chegou a tropeçar nas palavras ao falar sobre Doria. Engatando uma primeira marcha, disse: "No meu caso, eu não tenho alterna…" Súbito, pisou no freio. Deu marcha à ré. E ajustou o rumo da prosa: "Não é que eu não tenha alternativa, é meu dever apoiar o PSDB e o candidato. Na hora necessária eu direi isso."
Ou seja: como uma espécie de patriarca do ninho, FHC apoia Doria por imposição familiar —ou por "dever" partidário. Em casos assim, o apoio costuma ser acrítico. O único defeito que a solidariedade familiar não cobre é dar a mãe como garantia num empréstimo. E esse crime, o candidato-empresário, que se saiba, não cometeu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.