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Josias de Souza

Padilha: ‘Teto será aprovado por 355 a 365 votos’

Josias de Souza

10/10/2016 00h24

Chefe da Casa Civil de Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha disse ao blog não ter dúvidas de que a proposta de emenda constitucional que institui o teto dos gastos públicos passará na Câmara com folga. Para triunfar no seu primeiro grande teste legislativo, o governo precisa obter pelo menos 308 dos 513 votos disponíveis no plenário. Pela previsão de Padilha, o teto "será aprovado por 355 a 365 votos."

O repórter conversou com Padilha pelo telefone, no final da noite deste domingo. O ministro ainda estava no Palácio da Alvorada. Participara de um jantar que Michel Temer e sua mulher, Marcela, ofereceram a deputados do condomínio governista. Otimista, o chefe da Casa Civil declarou que a aprovação da PEC ocorrerá ainda nesta segunda-feira, em sessão noturna da Câmara.

Nas palavras de Padilha, os aliados do governo saberão corresponder às expectativas dos agentes econômicos. "Será mais do que uma demonstração", disse o ministro. "O mercado já precificou isso. Toda a confiança que tem sido manifestada na capacidade de recuperação da economia é em razão de estarem acreditando que a gente vai fazer a reforma fiscal em duas partes: o ajuste das contas públicas e o ajuste da Previdência. E nós faremos."

A votação que Padilha espera ver encerrada ainda na noite desta segunda-feira não esgota o esforço do governo. Emendas constitucionais como a do congelamento dos gastos federais pecisam ser aprovadas em dois turnos. Na Câmara, o segundo turno ocorrerá na semana que vem, disse o ministro. Na sequência, a matéria seguirá para o Senado. Ali, também terá de ser apreciada um par de vezes. A propósito, Renan Calheiros, presidente do Senado, esteve no jantar do Alvorada.

Os convidados do casal Temer começaram a chegar ao por volta das 19h. Vários deputados e deputadas levaram os respectivos cônjuges. O governo repassou aos aliados dados que reforçam a necessidade de limitar a evolução dos gastos orçamentários à inflação do ano anterior. Em rápido discurso, Temer criticou os opositores da PEC do teto. Houve preocupação em demonstrar que o teto não deve rebaixar os gastos de áreas estratégicas como saúde e educação.

"Falamos para convertidos", disse Padilha, para reforçar a percepção segundo a qual os aliados do governo já não têm dúvidas quanto à necessidade de ajustar as contas governamentais. O ministro referiu-se ao parecer da Procuradoria-Geral da República, que tachou a emenda do teto de "inconstitucional", como uma manifestação corporativa. "Não vai prejudicar a aprovação", disse.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.