Doria nem tomou posse e já pede socorro federal
Depois de passar toda a campanha prometendo gerir o município de São Paulo com eficiência empresarial, o prefeito eleito João Doria (PSDB) avisa: no seu primeiro encontro com Michel Temer, em 25 de outubro, reivindicará um socorro federal. Ele quer um subsidio da União —leia-se verba do Tesouro a fundo perdido— para manter congelada em 2017 a tarifa de ônibus de R$ 3,80.
Em entrevista ao jornal Valor, Doria disse que o custo da manutenção das passagens no freezer será de até R$ 500 milhões. Planeja obter o dinheiro de três maneiras: "Vamos fazer economia do ponto de vista fiscal. Depois, negociação com as concessionárias. E terceiro, com o governo federal."
Perguntou-se a Doria por que diabos o governo federal deveria subsidiar passagens de ônibus na cidade de São Paulo. E ele: "Estamos contribuindo para o processo de redução inflacionária. O impacto da tarifa aqui tem impacto na inflação do país. Toda contribuição tem seu preço."
Nos últimos anos, o preço da tarifa de ônibus segue o mesmo itinerário do bilhete do metrô, gerido pelo governo estadual. Doria disse ter consultado o governador paulista, Geraldo Alckmin, seu padrinho político. Mas não obteve dele, por ora, uma resposta cabal.
"Ele está estudando aquilo que pode ser feito", disse Doria. "Não precisa ser político para perceber que há um flagelo da população. E a situação de adicionar uma tarifa que poderia sair de R$ 3,80 para R$ 4,40 criaria uma convulsão. Eu não quero ser o agente disso. Então tem de fazer um esforço fiscal grande para economizar; fazer uma nova negociação com as concessionárias, pelo menos para 2017; e tratar de buscar recursos federais que possam complementar essa diferença."
Eis o que disse Doria a Alckmin, segundo seu próprio relato: "Governador, não temos essa condição, dada a circunstância de 2 milhões de desempregados na capital. Não vejo nenhuma atmosfera para aumentar a tarifa de ônibus. E, sinceramente, não vejo também nas demais tarifas."
O blog conversou com um auxiliar de Michel Temer sobre a pretensão de Doria de arrastar o Tesouro Nacional para a negociação da tarifa de ônibus da capital paulista. "Temos muito apreço por São Paulo. Mas, no momento, não temos dinheiro para demonstrar todo o nosso apreço. O governo luta para aprovar no Congresso um teto para os gastos federais. O que diríamos aos mais de 5 mil municípios do país, todos quebrados, se liberássemos um subsidio para a cidade mais rica do país? Acho que não faria sentido."
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