Boa notícia: Petrobras volta à editoria econômica
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Num instante em que a Petrobras ainda frequenta o imaginário das pessoas como um antro de incompetência e roubalheira, é uma tremenda novidade que a estatal, transferida para a editoria de polícia, volte a frequentar as manchetes do noticiário econômico. Além da importância econômica, a decisão da Petrobras de reduzir o preço da gasolina e do diesel tem relevância política. Pela primeira vez em muitos anos, o brasileiro tem a sensação de que a maior estatal do país voltou a ser gerida segundo critérios exclusivamente empresariais.
Na gestão de Dilma Rousseff, os preços dos combustíveis eram decididos em Brasília, no Palácio do Planalto. Transparência zero. No ano eleitoral de 2014, registrou-se uma passagem cômica. Aloizio Mercadante, então chefe da Casa Civil, dizia que o governo represava tarifas e preços dos combustíveis para o bem da sociedade. Guido Mantega, então ministro da Fazenda, dizia que não, absolutamente, não havia controle artificial dos preços. E Dilma se fingia de morta.
Pedro Parente, o novo presidente da Petrobras, promote transparência na definição dos preços dos combustíveis, agora sem interferências alienígenas. Isso é ótimo para os negócios. Na primeira reunião sobre o tema, o preço caiu. Isso tem efeitos positivos sobre a inflação e os juros. Delfim Neto costumava dizer que, se o governo administrar um circo, o anão começa a crescer. Se a Petrobras se mantiver longe das nomeações políticas e a salvo dos sábios de Brasília, a bilheteria do circo pode melhorar.
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