Após comer o queijo, Cunha distribui os buracos
Portador de segredos insondáveis da República, Eduardo Cunha relacionou 22 testemunhas de defesa no processo em que é acusado de receber propina de US$ 1,5 milhão para azeitar negócios num campo de óleo da Petrobras no Benin, na África. Hospedado no PF's Inn de Curitiba há duas semanas, Cunha olhou para o alto ao elaborar sua lista. Incluiu nela os nomes de Lula e Michel Temer, dois personagens que conhecem por dentro a usina de fisiologismo que descambou para a corrupção.
No momento, Cunha identifica-se com a fauna do universo das conspirações. Ora considera-se um bode expiatório ora se vê como um boi de piranha —aquele bicho que é jogado no rio para ser comido, enquanto o resto da manada escapa. A escolha de testemunhas como Lula e Temer não é aleatória. Cunha espera que ambos ajudem seus advogados a protegê-lo, convertendo-o aos olhos do juiz Sérgio Moro numa espécie de bode exultório.
Cunha é um potencial delator. Se for socorrido pelas testemunhas, retribuirá com o silêncio. Do contrário, pode endurecer o dedo. É um comportamento típico de outro ser dos porões do poder. Depois de comer o queijo, Cunha avisa aos que usufruíram de sua companhia no verão passado que está pronto para distribuir os buracos.
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