Pimentel insinua que seu afastamento mergulharia MG em crise igual à do RJ
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), insinuou que seu afastamento do cargo mergulharia o Estado numa crise comparável à tormenta que sacode o Rio de Janeiro. Processado por corrupção, Pimentel mobiliza seus apoiadores na Assembléia Legislativa mineira para aprovar a suspensão da ação penal que corre contra ele no Superior Tribunal de Justiça. Em entrevista (ouça no rodapé do post), soou como se desse de barato que os deputados estaduais vão livrá-lo do constrangimento de virar réu. Algo que resultaria no seu afastamento.
"Acho que a Assembléia está tomando uma decisão, acima de tudo, política. Não é uma decisão jurídica. É uma decisão política sobre se nós queremos prosseguir Minas Gerais com um clima de tranquilidade, de respeito às instituições, de harmonia, que nós conseguimos conduzir até agora. E, graças a Deus, estamos evitando que essa crise que se instalou em outros Estados —e o Rio de Janeiro é o melhor exemplo— chegue até aqui. Ou se nós vamos tomar, quem sabe, uma medida que vai fragilizar mais ainda o Poder Executivo."
Em decisão tomada na última sexta-feira e divulgada nesta segunda, o ministro Herman Benjamin, do STJ, suspendeu a votação da Assembléia mineira sobre o futuro penal de Pimentel, investigado na Operação Acrônimo. Benjamin determinou ao presidente do Legislativo estadual, Adalclever Lopes (PMDB), que distribua aos deputados cópias do processo contra Pimentel antes de marcar a data da votação.
À espera de uma decisão que pode retirar a corda do seu pescoço, Pimentel disse que "a oposição faz o papel dela" ao protocolar na Justiça recursos que retardam a decisão da Assembleia Legislativa. Mas acrescentou: "Acredito que o Poder Judiciário não deve interferir nessa questão."
No momento, o governador petista deixa em segundo plano os argumentos jurídicos. Ao priorizar a "decisão política" como melhor solução, Pimentel arrisca-se a virar uma versão contemporânea dos políticos que, no passado, adotavam o lema do "rouba, mas faz." O problema é que, no seu caso, não há feitos a exibir. De resto, é impensável que as constituições estaduais ainda condicionem a abertura de ações penais contra governadores à prévia autorização do Legislativo.
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