Política virou um balé desconectado da evolução
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O excesso de luz impediu que a Câmara votasse nesta quinta-feira a emenda de autoanistia que desfiguraria o pacote anticorrupção. Um pacote que chegou ao Congresso apoiado por mais de 2 milhões de brasileiros.
Havia os holofotes da imprensa. Surgiu uma nota de alerta do juiz Sergio Moro. Os procuradores da Lava Jato levaram os lábios ao trombone. A coisa estava tão escrachada, que foi necessário fazer um recuo tático.
A política virou um balé desconectado do processo de evolução da sociedade brasileira. O Congresso revela-se incapaz de operar mudanças. Conseguiu transformar algo positivo em motivo de vergonha. O que era destinado a aperfeiçoar o combate à corrupção virou plataforma de lançamento de manobras para acobertar crimes.
Até o início da próxima semana, os líderes dos principais partidos tentatrão construir um consenso em torno de uma anistia light do caixa dois eleitoral, sem incluir os chamados crimes conexos —denominação sob a qual cabe todo tipo de bandalheira. Os deputados parecem convencidos de que eles não são o problema do país. O país é que se tornou o problema que atrapalha os negócios deles.
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