Temer acomoda o PSDB no coração do governo
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Ao escolher o deputado tucano Antonio Imbassahy para chefiar a pasta da Coordenação Política, instalada no Palácio do Planalto, Michel Temer resolveu um problema e criou dois. Trouxe o PSDB para o coração do governo. Aproveita um nome que ainda não foi visto no noticiário policial. Simultaneamente, Temer desagrada ao seu PMDB, que ambicionava o posto, e ao centrão, uma geleia fisiológica de partidos que sonha em sair da periferia do governo.
Temer faz um grande esforço para encerrar o ano com uma aparência de normalidade. Depois de participar da operação 'Fica, Renan', o Planalto espera que o Senado coloque soba árvore de Natal do presidente a emenda do teto de gastos devidamente aprovada. Desse modo, o governo pode se concentrar nos problemas de 2017, entre eles a sucessão nas presidências da Câmara e do Senado e a aprovação da reforma da Previdência.
Confirmando-se a indicação de Imbassahy, o PSDB conquistará seu quarto ministério com a chegada do tucano ao Planalto. O partido está para Michel Temer assim como o PMDB estava para Dilma Rousseff. Potencializou-se seu status de principal aliado. Em privado, Lula diz que Temer amarra uma corda no próprio pescoço.
Lula espalha uma intriga: diz que o PSDB quer derrubar Temer para reconduzir Fernando Henrique Cardoso à Presidência numa eleição indireta, decidida no Congresso. Temer enxerga a coisa sob outro ângulo. Para ele, o PSDB é um crítico incômodo que deve ser transformado o mais depressa possível em cúmplice, em amigo de infância.
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