Odebrecht devolve menos do que desviou comprando MPs no Congresso Nacional
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O acordo firmado pela Odebrecht e pela Brasken, braço petroquímico da construtora, para devolver o equivalente a R$ 6,9 bilhões aos governos dos Estados Unidos, da Suíça e do Brasil foi comemorado pelos procuradores da Lava Jato como um feito histórico —o maior acordo do gênero já celebrado no mundo.
O fato realmente merece celebração. Sobretudo porque o Brasil vai ficar com a maior parte da grana: R$ 5,3 bilhões. Mas é preciso levar em conta o seguinte: a corrupção rendeu à construtora muito mais do que isso. A Folha noticiou dias atrás que apenas com duas medidas provisórias que um de seus ex-diretores confessou ter comprado no Congresso o grupo Odebrecht obteve benefícios de R$ 8,4 bilhões entre 2006 e 2015.
De todo modo não se deve diminuir a importância do que está acontecendo. Uma empresa corrupta devolvendo dinheiro roubado no Brasil é sempre motivo de festa. Mesmo que esse dinheiro vá retornar em suaves prestações. Pelo acordo, a Odebrecht resssarcirá o erário em 23 anos.
A verba assaltada retornará aos pouquinhos, ao longo de mais de duas décadas. Mas a Odebrecht passa a usufruir imediatamente do direito de voltar a firmar contratos com o Estado. O que é motivo de festa também para a empresa. Na prática, esse tipo de acordo funciona como um negócio convencional. Quando as duas partes concordam cada uma acha que levou vantagem sobre a outra.
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