Temer desliza para 2017 politicamente instável
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Michel Temer chega às portas de 2017 mais frágil e impopular do que há sete meses, quando substituiu Dilma. Ele interrompeu o ciclo de insanidade fiscal da antecessora. Mas sua gestão ainda não foi capaz de retirar a economia da UTI. Para complicar, seu mandato, que já era tampão, está sitiado pela dúvida. Palavras como renúncia e cassação voltaram ao noticiário.
O maior trunfo de Temer continua sendo a maioria parlamentar que seu governo ostenta no Congresso. Mas a fragilidade do presidente, enrolado na Lava Jato e cercado de auxiliares suspeitos, conspira contra a retomada dos investimentos. E a ausência de prosperidade econômica tende a afastar os aliados. Não será fácil aprovar uma boa reforma da Previdência em 2017.
Em café da manhã oferecido aos jornalistas, Temer fez declarações que denunciam a instabilidade de sua presidência. Ele disse que não pensa em renunciar. E afirmou que se o Tribunal Superior Eleitoral cassar o seu mandato, entrará com recursos e mais recursos na Justiça. Não são, convenhamos, palavras de um presidente que se sente seguro no cargo. A boa notícia é que o Brasil continua sendo o país onde há a maior possibilidade de se criar um mundo inteiramente novo. Caos não falta.
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