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Josias de Souza

Crise moral solidifica ruína dos partidos políticos

Josias de Souza

23/12/2016 22h18

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Um dos efeitos mais nefastos da crise moral brasileira é a ruína dos partidos políticos. Na origem, as legendas diziam representar ideias, grupos e corporações. Agora, representam apenas interesses mesquinhos e inconfessáveis. Os partidos brasileiros converteram-se em paraísos fiscais custeados por propinas, caixa caixa dois e déficit público.

Não há mais ideologia. O problema não é saber se os partidos são de esquerda ou de direita. O problema é constatar que estão sempre por cima, esmagando o interesse público, sempre por baixo. Os partidos são contados em mais de três dezenas. Já não são a mosca na sopa. Viraram a própria sopa.

Correm no TSE processos contra os três partidos mais enrolados no petrolão: PT, PMDB e PP. O escândalo da Petrobras apodreceu essas logomarcas. Você percebe pelos vermes. Os partidos serão julgados depois que a Justiça Eleitoral der um veredicto sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. Pela lei, podem perder o registro.

A tradição do TSE é de complacência. Mas talvez seja hora de começar a extinguir partidos em vez de criá-los. Sob pena de se consolidar a ideia de que os partidos políticos brasileiros se resumem mesmo a um abracadabra para a caverna de Ali-Babá.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.