Sob luto, Supremo precisa proteger a Lava Jato
A morte do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, reclama providências urgentes. Convém investigar com rigor máximo todas as circunstâncias que envolvem a queda do avião que transportava o magistrado. Simultaneamante, o Supremo precisa tomar providências urgentes para proteger a Operação Lava Jato.
Relator da Lava Jato, Teori se equipava nas férias para homologar ao longo de fevereiro os acordos de colaboração de 77 delatores da Odebrecht. Em condições normais, os processos do ministro seriam herdados por seu substituto, a ser indicado pelo presidente Michel Temer. Mas o Supremo cometerá um erro histórico se tratar a Lava Jato como um processo normal. Não é.
O bom senso recomenda que o Supremo escolha imediatamente, por sorteio, um novo relator para a Lava Jato. Se tiver juízo —e parece ter—, a presidente do tribunal, Cármen Lúcia, se entenderá com seus nove colegas para que o novo titular do processo seja anunciado nos primeiros dias de fevereiro, na volta das férias.
Ponto alto da Lava Jato, a delação coletiva da Odebrecht lança na fogueira do maior caso de corrupção da história da República a nata da política nacional. Foram mencionados de Michel Temer a Lula, passando por Dilma Rousseff, Renan Calheiros, Rodrigo Maia, José Serra, Aécio Neves e um interminável etcétera.
Pois bem. Tratando-se a Lava Jato como algo trivial, a encrenca seria herdada pelo escolhiodo de Temer, um potencial investigado. O nome teria de ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, cuja presidência é reivindicada pelo réu Renan Calheiros. Na sequência, o indicado precisaria ser aprovado pelo plenário do Senado, apinhado de suspeitos. A moralidade pública não e a paciência dos brasileiros não merecem passar por semelhante tortura.
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