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Josias de Souza

Maia tenta obter a reeleição já no primeiro turno

Josias de Souza

25/01/2017 03h25

Antes mesmo de formalizar sua candidatura, Rodrigo Maia acumula uma musculatura política que o faz sonhar com a reeleição à presidência da Câmara já no primeiro turno. Com o apoio cada vez menos velado do Planalto, Maia coleciona adesões. Além do seu partido, o DEM, já tem do seu lado: PMDB, PSDB, PSB, PPS, PV, PRB, PTN… E acaba de adicionar ao seu balaio de votos a bancada do PSD, que, para se juntar à caravana do favorito, rifou um candidato próprio, Rogério Rosso, e refugou um potencial aliado, Jovair Arantes, do PTB.

Ironicamente, Rodrigo Maia está prestes a solidificar seu plano de prevalecer no primeiro round graças a um tônico que sua candidatura deve receber do PT e do PCdoB. Está no páreo a candidato André Figueiredo, do PDT, legenda que se opôs ferozmente ao impeachment de Dilma Rousseff. Mas os petistas e os comunistas do B preferem aderir ao candidato do governo que chamam de "golpista".

Se Deus intimasse os materialistas do PT e do PCdoB a optar entre a coerência e as vantagens que Maia lhes oferece, os ex-soldados de Dilma responderiam, em uníssono: "morra a coerência!" Num ambiente assim, só o Supremo Tribunal Federal poderia retirar de Rodrigo Maia a poltrona de presidente da Câmara.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.